Especial
Guia do Gauchão #3: Guarany foca em permanência e São José mira Copa do Brasil
Retornando à elite após bater e voltar, representante de Bagé busca evitar erros de 2022, enquanto clube da capital aposta em organização extracampo e manutenção de boa parte do elenco
Fotos: Sergio Galvani - Guarany / Eduardo Torres - São José - Aos 35 anos, Wiliam Campos chegou a Bagé após deixar o Pelotas; China Balbino, 44, vai para a terceira passagem no Passo D'Areia
O tradicional Guarany de Bagé está de volta à elite estadual após "bater e voltar" em 2022. Evitar erros cometidos na última participação no Gauchão foi o grande objetivo do clube durante a preparação para fugir de novo rebaixamento. Enquanto isso o São José, há cinco anos na Série C do Brasileirão, já traça metas mais ousadas, como ficar entre os quatro melhores da competição para se garantir na próxima Copa do Brasil, por exemplo.
Índio e Zequinha são as pautas da terceira parte do material especial do Diário Popular às vésperas do Estadual 2024, que começa no sábado que vem.

Clube de Bagé quer evitar erros de 2022, quando acabou rebaixado logo após retornar à elite
Rebaixado há dois anos, quando voltava a disputar a primeira divisão estadual depois de 14 temporadas ausente, o Guarany não jogou tudo para o alto. Investiu em estrutura e deu sequência ao gradual processo de reestruturação. Agora, após um novo acesso, o clube de Bagé quer fugir dos erros cometidos em 2022 e escapar do descenso.
O presidente é o mesmo: Heráclito Moreira, o Tato. A comissão técnica e o elenco têm vários conhecidos do futebol pelotense. Nomes como o goleiro Rodrigo, os zagueiros Micael e Saulo, os laterais-direitos Léo e Igor Bosel, o volante David Cunha e os atacantes Tony Junior e João Pedro já passaram pelo Pelotas. Wilson Júnior e Michel defenderam o Brasil.
Conforme o dirigente, em 2021 o fim da Divisão de Acesso em novembro prejudicou a transição para o ano seguinte, resultando em uma campanha de apenas seis pontos e uma vitória. Desta vez a pré-temporada foi maior do que as três semanas para o Estadual 2022, mas ainda assim o Índio é o clube que optou pelo menor tempo de preparação exceto o trio da Série A do Brasileirão. O elenco se apresentou em 11 de dezembro.
Expectativa
“O nosso princípio básico é não cair”, enfatizou o presidente em entrevista concedida ao DP. O Guarany aparece no bolo de clubes deste Gauchão que lutam com o Xavante por três vagas na Série D do Brasileirão de 2025. Além deles, Avenida, Santa Cruz, Novo Hamburgo e São Luiz também precisam garantir calendário nacional.
O período de duração da pré-temporada, de acordo com Tato, foi definido por experiência dos próprios dirigentes do clube. “A gente sabe onde não tem que errar ou minimizar o erro. Nosso objetivo é se manter e no segundo momento conseguir alguma coisa de competição nacional, que para nós seria histórico”, complementa o dirigente.
O incremento na folha salarial em relação à última participação na elite permitiu ao Guarany contratar alguns nomes de maior destaque. O principal é o meia Vini Locatelli, 25. Revelado pela Chapecoense, o jogador defendeu a equipe catarinense nas séries A e B de 2019 e 2020. Depois perdeu sequência e rodou por clubes menores antes de chegar a Bagé. No ano passado, Locatelli defendeu Amazonas (Série C) e Athletic (Série D), que conseguiram acessos nacionais.
Pré-temporada
Sob comando do mais jovem dos 12 treinadores desta edição do Gauchão, o Índio realizou três jogos-treino durante a pré-temporada. Dois deles foram contra o Brasil: empates por 0 a 0 no Bento Freitas e 1 a 1 no estádio Estrela D’Alva. Sábado passado, o Alvirrubro perdeu por 1 a 0 para o Avenida, em Santa Cruz do Sul.
O time dirigido por Wiliam Campos no segundo teste diante do Xavante teve Gustavo; Léo, Micael, Saulo e João Gabriel; David Cunha, Arêz e Vini Locatelli; Mateuzinho, Tony Junior e Michel.

Organização administrativa, calendário nacional em Série C e manutenção de boa parte do elenco são trunfos do Zequinha
"O dia 5 aqui é sagrado”. Assim o executivo de futebol do São José, Nilton Batista, resume o trabalho da direção do clube. Há cinco anos na Série C do Brasileirão, o Zequinha se firmou no cenário nacional e chega para o Gauchão com dois objetivos: avançar aos mata-matas e conquistar vaga na Copa do Brasil da próxima temporada.
Após ficar muito perto do acesso à Série B em 2023, a equipe da Zona Norte de Porto Alegre perdeu o técnico Thiago Gomes para o Sampaio Corrêa (MA). O substituto foi China Balbino, velho conhecido da casa. Em relação ao ano passado, dez jogadores saíram – entre eles o centroavante Thiago Santos, ex-Brasil – e 12 chegaram.
É na manutenção de boa parte dos atletas e no pagamento em dia que o São José aposta para fazer campanha tranquila diante de um cenário de dificuldades. “Nossa folha de pagamento é bem curta. A verba do Campeonato Gaúcho cada vez diminui mais [de R$ 700 mil a R$ 800 mil, ele estima]. Como estamos na capital, no meio de Inter e Grêmio, não tem torcida para fazer bilheteria”, afirma.
Expectativa
Se é complicado competir com a dupla Gre-Nal, o Zequinha busca outros caminhos. “É um clube que não dá um passo maior que a perna. A gente trabalha dentro de uma realidade financeira, tendo que usar bastante a criatividade, trazendo jogadores que na maioria das vezes são apostas, revirando bem o mercado. Só que nós pagamos em dia”, diz Nilton.
Recentemente, o atacante Thayllon, 22 anos, foi vendido para o Atlético Goianiense, da elite nacional. O São José manteve 50% dos direitos econômicos do jogador para uma futura venda. Se o jovem saiu, o clube do Passo D’Areia renovou o vínculo de nomes experientes como o goleiro Fábio Rampi (34) e os zagueiros Jadson (31) e Thiago Pedra (33), por exemplo.
Chegaram ainda o volante Augusto César, 31, revelado pelo Internacional e com passagem pelo Sport, e os atacantes Marquinhos Calazans, 27, ex-Fluminense e São Paulo, e Roberson, 34, ex-dupla Gre-Nal. China Balbino pode aproveitar nomes do time que disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior, caindo na terceira fase ao perder por 3 a 1 para o Flamengo na segunda-feira.
Pré-temporada
Desde 4 de dezembro em preparação para o Gauchão, o São José realizou quatro testes. Dois foram contra a equipe sub-20 do próprio clube, que trabalhava de olho na Copinha. O time profissional venceu por 2 a 1 e 5 a 1. Depois a equipe empatou sem gols com o Novo Hamburgo e tomou 3 a 0 do Caxias.
Sem o goleiro Fábio e o atacante Renê, poupados, a escalação inicial do último jogo-treino, contra o Grená, sábado, teve um 3-4-3 com Peralta; Tiago Pedra, Fredson e Jadson; Alessandro Vinícius, Nonato, Rafael Carrilho e Marcílio; Tcharlles, Kayan e Roberson.
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